Tudo sobre moedas: Cunhagem das Moedas por Época

 

Cunhagem das Moedas

A paralvra cunho tem dois significados:

  1. Designar o ferro em que estão esculpidas as gravações que pela cunhagem ficarão marcadas nos discos metálicos que passarão a ser moedas; Matriz;
  2. Designar o conjunto das figurações que a moeda apresenta.

Antigamente se fazia a distinção entre cunho e escrita da moeda, representando aquele a figuração simbólica da moeda (bustos reais, armas de nobreza, emblemas religiosos, etc.) e esta as letras ou sejam as legendas. Popularmente, cunho significava o lado principal da moeda (anverso) por oposição ao reverso, onde geralmente se figuravam as cruzes e daí a expressão "cunho e cruzes" e mais modernamente "cara ou cruz". De uma maneira geral, cunho é o tarugo de aço temperado, em cuja superfície se acha gravado em baixo relevo o desenho da moeda e com o qual se imprime essa gravura nas chapinhas.

As moedas eram cunhadas em oficinas chamadas de Casa da Moeda, expressão que geralmente se emprega com referência aos tempos modernos, pois ao nos referir ao período greco-romano, é mais corrente dizer "oficina monetária".  Fabrico de moeda, é expressão antiga que encontramos por vezes nos velhos textos e nada tem que ver com a oficina monetária, essa "Fábrica" é ali empregado no sentido de fabricação e não de edifício.

Importante mencionar neste tópico são as razões pelas quais a maioria das moedas é redonda, além da praticidade e motivos históricos, incluem-se:

Facilidade de Produção: O formato redondo surgiu na Grécia antiga, por volta de 700 a.C., quando as moedas eram cunhadas entre dois cunhos metálicos. O impacto do martelo sobre o metal maleável naturalmente criava uma peça circular.
Durabilidade: Moedas redondas desgastam-se de maneira mais uniforme. Se fossem quadradas ou com bordas afiadas, essas bordas se desgastariam mais rapidamente, fazendo com que a moeda perdesse material.
Manuseio e Transporte: É mais fácil e seguro manusear e transportar moedas redondas. Elas não rasgam bolsos nem machucam as mãos, ao contrário de moedas com bordas afiadas.
Padronização: Durante a Revolução Industrial, a introdução de prensas a vapor permitiu a produção em massa de moedas redondas, ajudando a padronizar o formato que usamos hoje.

Além disso, o formato redondo é tão culturalmente significativo que, em países como China, Japão e Coreia do Sul, os nomes das unidades monetárias derivam da palavra "redonda":

Yuan (元): A moeda da China. A palavra “yuan” significa “redondo” ou “circular” em chinês.
Yen (円): A moeda do Japão. A palavra “yen” também significa “redondo” ou “círculo” em japonês.
Won (원): A moeda da Coreia do Sul. A palavra “won” tem o mesmo significado de “redondo” ou “círculo” em coreano.

Existem diversos métodos, mas o processo mais utilizado, é de pegar a crassada, que é o metal derretido no toque ou título desejado - liga metálica de que a moeda é fabricada, dizendo-se quilates de ouro e dinheiros de prata, fundido em um cadinho ou crassa. Ainda em estado liquefeito é moldado em uma rilheira e esfriado em logas réguas para serem laminados. No laminador, aparelho ou máquina composta de vários cilindros, transformavam os pequenos lingotes em lâminas, dos quais o saca bocados recorta as chapinhas, separando um disco metálico preparado, para receber os cunhos da moeda, dos retalhos ou cisalhas, que geralmente voltam para a fundição. Quando a moeda é de pequeno valor chamava-se minguada, expressão antiga que designava moeda de toque baixo, minguado, de pequeno valor.

Antigamente, se batiam em punções e prensavam o metal em um cunho primitivo de baixo relevo, denominado matriz, e quem tinha o direito de bater a moeda, possuia uma designação latina de "Jus cunni", que era um dos direitos inerentes à coroa. Ao longo do tempo, existiram diversos verbos que exprimem a ação de transformar metal em moeda, isto é, fazendo do metal uma "amoedação". Dentre dos quais podemos citar amoedar, cunhar, lavrar, imprimir e bater.

Os gravadores, que se identificam abridores de cunho, são profissionais que fazem a matriz e muitas vezes na gravatura, expressão que encontramos em Frei Vicente Salgado para designar a gravação dos cunhos, deixam as siglas de seus nomes ou monogramas como assinaturas que as tornam variantes dos modelos oficiais. No Brasil, essa prática foi abolida a partir de 1946. Antigamente, para determinados funcionários da Casa da Moeda e da Corte, por ocasião do lavramento de novo dinheiro, recebiam uma quantia que era designada como "propina". Muitas vezes, eram cunhadas por pessoas escolhidas da alta classe, na qual não recebiam salário pelo trabalho realizado, apenas algumas regalias.

Em qualquer processo utilizado, o custo para a fabricação de moedas chama-se de braçagem, mas provém de "braço", como alusão à primitiva "máquina humana" que elaborava as diversas manipulações desde conseguir o metal até se cunhar. É a operação que mais tarde se designou por "feitio e custas do lavramento".

A senhoriagem é diferença entre o valor nominal atribuído à moeda diminuído a braçagem e o valor intrínseco, seria o lucro de emitir a moeda.

Curiosidades: Moeda Safada, antigamente "çafada", era a moeda cujos cunhos se encontravam muito gastos ou cansados.

Técnicas de Cunhagem das Moedas por Época

A cunhagem de moedas evoluiu ao longo da história, com diferentes processos sendo utilizados em períodos distintos. Aqui estão 20 processos de cunhagem de moedas e uma breve descrição de cada um, juntamente com os períodos em que foram amplamente utilizados:

  1. Martelamento manual (séculos VII a.C. - século XVI): Inicialmente, moedas eram feitas batendo um pedaço de metal entre dois moldes.
  2. Bracteata: Do latim "bractea" que significa delgada folha de metal, geralmente de cunho grosseiro, era como martelamento manual, sendo a diferença que o lado superior era o molde e do lado inferior um material mole, fazendo uma moeda fina com apenas uma face.
  3. Cunhagem por prensa (século XVI em diante): O método de martelamento manual foi substituído por prensas mecânicas para produzir moedas de forma mais rápida e uniforme.
  4. Cunhagem à martelo (séculos XVII-XVIII): Mesmo com a introdução das prensas, algumas moedas foram cunhadas usando martelos manuais para ajustes finos.
  5. Cunhagem por balancim (séculos XVIII-XIX): Uma variação das prensas, utilizando alavancas, tornando a cunhagem mais eficiente.
  6. Cunhagem por volante (séculos XVIII-XIX): Similar à cunhagem por balancim, mas com um mecanismo giratório para a produção de moedas.
  7. Cunhagem por máquina a vapor (século XIX): A Revolução Industrial trouxe máquinas movidas a vapor para produção em massa de moedas.
  8. Cunhagem por prensa hidráulica (séculos XIX-XX): A prensa movida por água ou vapor permitiu uma produção ainda mais rápida e eficiente de moedas.
  9. Cunhagem por prensa elétrica (século XX em diante): Com o avanço da tecnologia, prensas elétricas substituíram as antigas prensas movidas por vapor ou água.
  10. Cunhagem por cunhos múltiplos (séculos XIX-XX): Técnica que permite a cunhagem simultânea de várias moedas usando múltiplos cunhos em uma única prensa.
  11. Cunhagem por impressão (século XIX): Tentativa de imprimir moedas como se fossem notas, mas sem grande sucesso devido à durabilidade e resistência necessárias nas moedas.
  12. Cunhagem por rotação (séculos XIX-XX): Utilizava uma prensa rotativa para produzir moedas de forma contínua.
  13. Cunhagem por eletroformação (século XX em diante): Um processo moderno que utiliza eletricidade para depositar metal em um molde, permitindo a produção de moedas mais complexas.
  14. Cunhagem por prensa de alta velocidade (século XX em diante): Técnica avançada que permite a produção extremamente rápida de moedas em grandes quantidades.
  15. Cunhagem por laser (século XXI em diante): Utilização de lasers para cortar ou marcar moedas, especialmente em moedas com designs mais intricados e detalhados.
  16. Cunhagem por tecnologia digital (século XXI em diante): Com avanços tecnológicos, como a impressão 3D, há experimentação com métodos mais avançados de cunhagem.
  17. Cunhagem por nanotecnologia (século XXI em diante): A nanotecnologia é explorada para criar moedas com propriedades especiais, como segurança avançada e durabilidade aprimorada.
  18. Cunhagem por holografia (século XXI em diante): O uso de holografia é considerado para adicionar elementos de segurança em moedas.
  19. Cunhagem por impressão química (século XXI em diante): Técnica que utiliza processos químicos para imprimir ou moldar moedas de forma mais precisa.
  20. Cunhagem por prensagem a frio (século XXI em diante): Novas técnicas que exploram a prensagem a frio para criar moedas com propriedades específicas.
  21. Cunhagem por métodos de fabricação híbridos (século XXI em diante): Combinação de diferentes técnicas de cunhagem para atender a requisitos específicos de produção e segurança.

Estes métodos foram utilizados em diferentes épocas e muitas vezes se sobrepondo, com o avanço tecnológico influenciando a evolução da cunhagem de moedas ao longo dos séculos.

 

Aferição da moeda

Após a cunhagem a moeda é averiguada pelo aferidor, antigamente chamava-se era afilador ou afinador. No século XVIII era comum, na aferição, fazerem riscos de ajuste de peso, geralmente diagonais atravessando toda a moeda para alcançar o peso ideal, em alguns países riscavam apenas o lado do brasão, pois não era permitido riscar o busto do rei. Pode-se ver esse termo antigo no sentido de "aferir" no Regimento de 1687:

"...& ter cuidado de que se afilem cada seis meses todos os pesos, & Balanças...".

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