Tudo sobre moedas: Testes de moedas

Desvendando a Falsificação e Adulteração de Moedas

Introdução

O intuito deste artigo não é para te deixar com medo em comprar moedas, e sim para te preparar com algo que existe no mercado, não apenas em moedas, mas em todas as áreas e que desanimam em continuar com a coleção quando acontece com você. Tem duas maneiras de realizar uma compra falsificada, a primeira com intenção de golpe do vendedor e a segunda por um idôneo, mas com falta de informação e de atualização devido as novas técnicas que dificultam a identificação e, nesse caso, com certeza o vendedor pegará a peça de volta.

As moedas, ao longo da história, desempenharam um papel vital nas transações comerciais e na preservação da história. No entanto, por trás de sua importância, surgiram práticas ilícitas que comprometem sua autenticidade e valor. Iremos explorar em detalhes a complexidade da falsificação e adulteração de moedas, expondo suas modalidades e consequências.

Capítulo 1: Impacto Econômico e Social

A disseminação de moedas falsificadas tem um impacto significativo na economia, minando a confiança nas transações comerciais e afetando a estabilidade financeira. Além disso, tais práticas também comprometem a integridade histórica ao distorcer registros monetários.

Capítulo 2: Moedas Falsas, mas que são verdadeiras

Existem moedas falsas, mas que foram criadas por necessidades em períodos antigos que as tornam verdadeiras, pois o povo continuou usando-as, demonstrando que existia um poder central, por esse motivo que as certificadoras colocam uma nota de que em moedas clássicas não garantem a autenticidade pois novas descobertas podem mudar o rumo da história (NGC Ancients: Guarantee). Citarei 3 importantes exemplos:

  • Imitação Autônoma:

Moedas emergenciais feitas por serralheiros locais em oficinas por falta de moedas no comércio, e não pelos gravadores oficiais, normalmente eram com material baixo e como não sabiam ler, as letras eram grosseiras tentando imitar as originais. Um dos diversos exemplos foi o período em casa da moeda fechou por 2 a 3 anos após incêndio, devido a revolta dos operários. Com a falta de moeda circulante surgiram imitações. Em outro caso, como estavam em guerras, as poucas moedas oficiais serviam para pagar o exército, faltando nas cidades. Por muito tempo elas se passaram como cópias, mas estudos recentes descobriram que não eram falsificações modernas pois foram achadas em náufragos da época. Ainda gera muita polêmica na numismática, é falsa ou não.

  • Moeda bárbara

Diferentemente das imitações autônomas que são feitas pelo povo local, as bárbaras é uma designação genérica para indicar as moedas de cunho tosco, como as moedas cunhadas pelos suevos na península Ibérica, imitando as romanas.

  • Fourrée (Forrada/Recheada):

Existe uma técnica "Fourrée", em português “Recheado”, que é uma técnica antiga de falsificação de moedas que remonta a períodos históricos. Ela envolve a criação de uma moeda falsa usando um núcleo de metal menos valioso, geralmente cobre, que é coberto por uma camada fina de metal mais precioso, como prata ou ouro. Essa camada externa, que é o que normalmente seria percebido como o metal valioso, é relativamente fina.

Essa técnica foi historicamente utilizada para produzir moedas falsas que pareciam genuínas à primeira vista. No entanto, essas moedas eram mais leves do que suas contrapartes autênticas devido ao núcleo de metal menos valioso. Com o tempo, a camada externa de metal precioso poderia desgastar-se ou devido a dilatação dos metais serem diferentes criava rachaduras laterais, revelando a verdadeira natureza da moeda falsa. Foi muito utilizado oficialmente pelo império Romano para pagar os mercenários nas guerras. Isso fez surgir as moedas serradas, pois os mercenários serravam para verificar o “recheio”.

Os falsificadores que utilizavam a técnica fourree procuravam enganar as pessoas pela aparência e pelo som das moedas, que poderiam parecer autênticas mesmo quando batidas ou testadas. No entanto, colecionadores e especialistas em numismática desenvolveram métodos para identificar, como análises químicas ou técnicas de medição de densidade, para detectar a falta de peso do metal precioso em relação ao esperado.

Embora tenha sido predominante em períodos históricos, especialmente durante os tempos em que a precisão dos métodos de análise era limitada, ela ainda é estudada e reconhecida como parte da história da falsificação de moedas.

 

Capítulo 3: Técnicas de Falsificação e Adulteração

O avanço tecnológico trouxe consigo métodos cada vez mais sofisticados de falsificação. Desde a impressão em alta qualidade até a manipulação de metais preciosos, os falsários desenvolveram habilidades e ferramentas capazes de enganar até mesmo especialistas em numismática.

Além da falsificação, existe a adulteração, que é um processo que modifica uma moeda legal, seja aplicando camadas de metal precioso, removendo ou substituindo detalhes, como exemplo, temos o cerceamento de moedas, que envolve cortes ou desgastes maliciosos para roubar metal ou remover o vestígio de solda quando a peça foi retirada de joia. E também, a imitação depreciativa que são estratégias utilizadas por indivíduos inescrupulosos para enganar colecionadores e entusiastas da numismática.

A falsificação, adulteração de moedas e a imitação depreciativa representam não apenas um desafio para a estabilidade econômica, mas também uma ameaça à preservação histórica. Destacamos a importância de compreender esses métodos fraudulentos, promovendo a vigilância e a implementação de medidas para proteger a autenticidade das moedas e preservar a integridade numismática.

Segue umas das 20 técnicas mais utilizadas, além da própria “fourrée” moderna:

 

  • Fundição: Uma das técnicas mais antigas, envolve criar moldes e fundir metais para criar réplicas de moedas genuínas. Nessa técnica se perde a “flow lines”, linhas que se formam ao esmagar o metal, e geralmente ficam bolhas de ar esparsas, bem diferente dos buracos ocasionados pela corrosão.

 

  • Moedas-espelho: Utilizando impressão de alta qualidade, criam-se moedas idênticas às genuínas, com detalhes meticulosamente reproduzidos.

 

  • Cunhagem em branco: Utilização de placas de metal para criar moedas falsificadas através de cunhagem, replicando marcas e símbolos de moedas originais.

 

  • Falsificação de bordas: Falsários alteram as bordas das moedas para imitar características de moedas autênticas, tentando enganar colecionadores e especialistas.

 

  • Plating (banho metálico): Aplicação de uma fina camada de metal precioso sobre uma moeda menos valiosa para aumentar seu valor aparente. Ou um banho de níquel em moeda de prata para ficar mais apreciável.

 

  • Raspagem (cerceamento): Remoção cuidadosa de pequenas quantidades de metal das moedas para vender o metal precioso separadamente ou para esconder alguma danificação. Antigamente era comum fazer isso, e por esse motivo inventaram as bordas para identificar esse cerceamento.

 

  • Química de superfície: Utilização de produtos químicos para alterar a aparência de uma moeda, visando conferir a ela um aspecto mais antigo ou valioso.

 

  • Relevo forçado: Alteração dos detalhes de uma moeda original por meio de ferramentas para modificar sua aparência e valor percebido.

 

  • Falsificação de pátina: Aplicação de substâncias para imitar a pátina natural que se forma ao longo do tempo em moedas antigas, conferindo-lhes uma aparência mais autêntica.

 

  • Inclusão de erros intencionais: Introdução de erros sutis ou não usuais nas moedas falsificadas para tentar imitar variações autênticas, enganando colecionadores desavisados.

 

  • Falsificação por laser: Uso de tecnologia a laser para alterar detalhes minuciosos em moedas, muitas vezes para criar variantes ou falsificações difíceis de serem detectadas.

 

  • Falsificação por eletroformação: Processo onde uma fina camada metálica é depositada sobre um modelo, criando réplicas quase idênticas das moedas originais.

 

  • Uso de prensagem hidráulica: Emprego de pressão hidráulica para criar moedas falsas, replicando detalhes e marcas das moedas genuínas.

 

  • Falsificação por impressão 3D: Utilização de impressoras 3D para criar moedas com detalhes complexos e precisos, imitando as originais.

 

  • Falsificação de patinação artificial (repatinação): Aplicação de substâncias químicas para criar artificialmente uma pátina que simule o envelhecimento natural das moedas. Algumas técnicas com amoníaco, vinagre ou verniz reproduzem uma camada de cor sobre as moedas antigas. No entanto, uma simples raspagem superficial é capaz de removê-la. A pátina autêntica faz parte do metal e é difícil de ser removida, saindo apenas com polidor de prataria.

 

  • Falsificação por decalque: Processo onde uma imagem é transferida para a superfície de uma moeda usando um decalque, replicando detalhes de forma mais precisa.

 

  • Uso de ligas metálicas não originais: Substituição dos metais originais por ligas mais baratas, mas visualmente semelhantes, para criar moedas falsas. Um metal utilizado é o cobre branco “white cooper”, que simula em aparência a prata.

 

  • Falsificação de hologramas: Incorporação de hologramas em moedas falsificadas para imitar características de segurança presentes em moedas autênticas.

 

  • Falsificação por máquinas CNC: Utilização de máquinas CNC (Controle Numérico Computadorizado) para cortar e esculpir moedas, reproduzindo detalhes precisos.

 

  • Falsificação por nanotecnologia: Técnicas avançadas de nanotecnologia para criar moedas com características extremamente detalhadas e difíceis de serem replicadas.

 

Capítulo 4: Técnicas de Identificação de Moedas Falsas

 

Certos testes são frequentemente utilizados para identificar metais falsos ou para verificar a autenticidade de metais preciosos. Aqui estão alguns dos testes mais comuns:

 

  • Teste de Peso e Tamanho: Comparar o peso e tamanho do metal suspeito com as especificações conhecidas do metal genuíno pode ajudar a identificar discrepâncias. Em moedas clássicas é aceita uma pequena diferença, mas não superior a 15%. Abaixo alguns sites que podem auxiliar de acordo com a moeda:

Numista | Ucoin | Wildwinds | Ocre

  • Teste do Visual: Esse teste resume em ter experiência e conhecimento, e geralmente, é o que mais funciona. Serve para identificar carimbos falsos, patinas irregulares, detalhes conhecidos de moedas falsificadas, alteração em bordos, “flow-lines”, legendas corretas, técnica de cunhagem de época diferente e a própria arte, como o busto, por exemplo.

 

  • Teste do Ímã: Metais como ouro e prata têm magnetismo muito baixo, então se um metal for atraído por um ímã, é provavelmente falso. No caso deles, incline a moeda em 30º e coloque um ímã forte e pequeno e deixa escorregar pela peça. Se ficar grudado ou escorregar muito rápido a peça é falsa. O ideal é escorregar lento de acordo com o teor da prata.

 

  • Teste do Papel: A prata ao passar de leve no papel sulfite forma um risco como o de lápis grafite, caso não risque, não é de prata.

 

  • Teste de Densidade Relativa: Cada metal tem uma densidade específica. O teste consiste em comparar a densidade do metal suspeito com a densidade conhecida do metal genuíno. A fórmula é d = m/v. Com uma balança, medir a massa da moeda em gramas. Para o volume, coloque um recepiente com água, suficiente para cobrir a moeda, e zere a balança. Com uma linha, amarre a moeda e mergulhe totalmente na água sem encostar no fundo. O valor medido será o volume. Faça a divisão da massa pelo volume e o resultado tem que estar próximo do valor da tabela abaixo. Obs. Em caso de teor do material não ser 0,999 ou a balança não ser precisa, pode-se aceitar uma pequena diferença.

 

Símbolo

Metal

Densidade (g/cm³)

Al

Alumínio

2,70

Ag

Prata

10,50

Au

Ouro

19,30

Cu

Cobre

8,93

Ni

Níquel

8,90

 

  • Teste de Ácido: Testar a reação do metal com ácidos específicos pode ajudar a identificar sua composição. Por exemplo, o ouro real e a prata não reagem com ácido nítrico, enquanto metais menos nobres podem corroer. Não usar diretamente na peça, pois de acordo com o teor do material pode manchar. O ideal é usar uma pedra de toque.

 

  • Teste de Toque (Ping): O teste de toque envolve a avaliação do som produzido ao bater no metal. Metais genuínos tendem a produzir um som característico.

 

  • Teste de Condutividade Térmica e Elétrica: Alguns metais têm alta condutividade térmica e elétrica, o que pode ser testado para diferenciar metais falsos. Alguns testes utilizam gelo e se for prata, além de derreter rapidamente, gruda devido a condutividade da moeda.

 

  • Teste de XRF (Fluorescência de Raios-X): Esta técnica analisa a composição do metal por meio da fluorescência gerada quando é irradiado com raios-X. Pode fornecer uma leitura precisa dos elementos presentes. É o mais confiável para identificar, porem ainda inacessível devido ao alto custo.

 

  • Teste de Luz UV: Alguns metais emitem fluorescência sob luz ultravioleta. Este teste pode ajudar a identificar diferenças entre metais genuínos e falsos. Utilizados em moedas com pedras.

 

  • Teste de Resistência a Riscos: Certos metais, como o ouro, são resistentes a riscos. Testar a resistência a riscos pode ajudar a determinar a autenticidade. Teste destrutivo, não indicado em caso de dúvida.

 

  • Teste de Marcação: Este teste envolve fazer uma pequena marca no metal para verificar sua reação. Um metal genuíno geralmente mantém sua integridade, enquanto metais falsos podem mostrar sinais de descamação ou mudança na cor. Teste destrutivo, não indicado em caso de dúvida.

 

É importante notar que esses testes variam em termos de complexidade e precisão. Para uma autenticação definitiva, pode ser necessário o uso de vários testes em conjunto. Além disso, consultar um especialista em metais pode ser crucial para uma identificação precisa.

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