Siglo de Prata do Império Aquemênida, Artaxerxes (c. 450–375 a.C.)

🪙 Lote: 815 – Siglo de Prata do Império Aquemênida (Tipo IIIb, ca. 450–375 a.C.)

Referências: Carradice Type IIIb (late); BMC Persia, Group C

Dados Numismáticos

• Império: Aquemênida (Pérsia)
• Período: c. 450–375 a.C.
• Monarcas possíveis: Artaxerxes I até Artaxerxes II Mnêmon
• Denominação: Siglo (1⁄20 do Daric)
• Composição: Prata (≈ 95%)
• Peso: 5,55 g
• Diâmetro: ≈ 18 mm
• Espessura: ≈ 3 mm
• Formato: Irregular (cunhagem manual)
• Bordo: Liso Irregular
• Estado de conservação: VF (Very Fine)

Descrição Numismática

Anverso: Guerreiro persa ou herói real ajoelhado-correndo à direita, empunhando arco e lança. O estilo do traje e a proporção da perna dobrada sugerem classificação como Type IIIb (late).

Imagem simbólica:
Representa o rei como caçador e guerreiro, refletindo o ideal aquemênida de poder divino e autoridade sobre as nações submetidas.

Reverso: Incuso irregular em relevo (marca de golpe único do cunho inferior), marcar à direita que assemelha-se a um "y".

Curiosidades Numismáticas

O siglo de prata foi padronizado inicialmente em ≈ 5,40g sob Dario I, mas por volta de 480 a.C., passou para ≈ 5,55–5,60g, refletindo ajustes econômicos e operacionais no Império.

Esses tipos foram cunhados principalmente na Lídia (atual oeste da Turquia), seguindo a tradição das moedas do antigo Reino da Lídia, absorvido por Ciro II. Circulavam sobretudo na Anatólia ocidental, evidenciado por achados arqueológicos em tesouros locais.

Os Tipos III e IV coexistiram e podem ter sido cunhados simultaneamente por , explicando as variações de estilo e qualidade.

Contexto Histórico

O Império Aquemênida (ca. 550–330 a.C.) foi fundado por Ciro II, o Grande, após derrotar os medos e conquistar a Babilônia. Ele rapidamente se tornou o maior império do mundo até então, estendendo-se da Anatólia até o Vale do Indo.

Durante os reinados de Dario I e seus sucessores, foram criadas moedas oficiais: os dáricos de ouro e os siglo de prata — usados tanto como meio de pagamento para os exércitos quanto para o comércio regional.

O final do império ocorreu com as campanhas de Alexandre, o Grande, que conquistou a Pérsia após a vitória em Gaugamela (331 a.C.), marcando a queda definitiva do poder aquemênida sob Dario III.

Além de serem moedas, os siglo serviam como instrumentos ideológicos, apresentando o rei como divinamente autorizado a governar — uma síntese entre força, caça e religiosidade real.