Tetradracma de Prata, Attica - Atenas - Ano: 449+ AC - Very Fine

Lote: 762 - Referência: SNG Copenhagen# 39; HGC 4# 1597; Kroll# 8; Dewing# 1591-8

DENOMINAÇÃO/VALOR FACIAL: Tetradracma
ANO: 449-404 AC - Athens (ancient), Grécia
SOBERANO/PERÍODO: Atenas (Ática)

PESO: 17,10 Gramas
COMPOSIÇÃO: Prata
DIÂMETRO: 24 mm
ESPESSURA: 6 mm

ANVERSO: Cabeça com capacete de Atena à direita.
REVERSO: Coruja em pé à direita, raminho de azeitona e lua crescente acima. Escrito "AΘE"

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Tetradracma Athenas/Attica
Classical (Old-Style), 454 - 404 a.C.

O tetradracma de Atenas é famoso pelo busto que faz alusão a deusa Palas Atena, Deusa da sabedoria e a padroeira da cidade, em outras culturas chamada de Minerva. Seu olho em forma de amêndoa, que parece encarar o observador de maneira não natural (que é o olho "que tudo vê", sorriso arcaico, um brinco redondo com saliência central, colar de pérolas, cabelos em curvas paralelas e com um elmo ático com crista. Adicionado por volta de 480 a.C, três folhas de oliveira acima da viseira e um pergaminho de videira no modelo clássico antigo composto por quatro linhas: uma vertical axial longa, uma horizontal curva que a cruza no topo e duas gavinhas inferiores curtas que brotam diagonalmente da interseção na vertical e gavinhas horizontais.

Ornamento no modelo clássico
do pergaminho de videira

No reverso, uma linda coruja estilizada, símbolo de sua sabedoria, que está em pé à direita, com a cabeça voltada para quem a observa, tendo a inscrição ΑΘE (que significa ATE em grego, abreviação das três primeiras letras de “Atenas”), um raminho de oliveira que se remete ao mito da nomeação do patrono da cidade de Atenas (disputa em que Atena fez brotar a oliveira, símbolo da cidade, e venceu seu rival Poseidon) e uma lua crescente atrás (adicionada por volta de 480 a.C. para comemorar a Vitória sobre os Persas em Maratona, fortalecendo assim o poder das cidades-estado gregas), tudo incuso dentro do quadrado.

A cidade de Atenas manteve esse estilo arcaico de sua moeda por quase 300 anos, mesmo durante o período da arte “realista – clássica”, que é mais associada aos gregos antigos até o período clássico, principalmente porque eram tão populares que qualquer mudança parecia desnecessária e talvez arriscada. Isso é fortemente reminiscente da arte muito anterior do antigo Egito.

A origem do desenho básico remonta a meados do século VI a.C., de forma mais simples, logo após a cunhagem ter sido estabelecida na Grécia continental. Um marco no design de moedas se manifesta nessas primeiras “corujas”, pois elas representam algumas das primeiras moedas que tiveram um desenho estampado em ambos os lados – em vez de um desenho apenas no anverso e uma marca de punção no reverso. Essas moedas atenienses adquiriram o apelido de “corujas” ou “meninas”.

Este estilo é um dos primeiros exemplos das moedas comerciais, que permaneceram inalteradas por muitos anos, e enfatiza a importância dessa estabilidade. A mesma regra continuou até tempos relativamente recentes, já que a confiança no peso e pureza de uma moeda permaneceu fundamental para o comércio em todo o mundo garantido por um design contínuo. Esta regra só desapareceu no século XX, juntamente com a diminuição do uso de um metal precioso como o principal meio de pagamento.

Esse tetradracma ateniense de prata circulou fortemente em torno das cidades-estados mediterrâneas, entre outras, desde o início do século V a.C.. Como Atenas cresceu constantemente e com grande importância, suas moedas aumentaram em popularidade (particularmente o Tetradracma).

Desde o início da cunhagem no século VI a.C., mais de um padrão de peso foi usado. Houveram pelo menos seis exemplos principais disso em centros comerciais ao redor do Mediterrâneo – talvez não seja surpreendente quando se considera seu isolamento comparativo nos tempos antigos. O padrão “ático” (ateniense) estava aproximadamente no meio do caminho entre estes, o que ajudou a trazê-lo para uma posição central no comércio do Mediterrâneo oriental.

Seu peso médio é de 17,5 g e seu diâmetro médio é de 25 mm. O padrão de peso de cunhagem foi construído em torno do dracma de aproximadamente 4,4 g de prata. Este foi dividido em seis Obols de 0,7 g. Estes, por sua vez, foram divididos em frações até um minúsculo 1/8 Obol de 0,09 g.

Depois que a grande ameaça do Império Persa foi amplamente superada no início do século IV a.C., inicialmente o bom suprimento de prata disponível para os atenienses garantiu que a prosperidade do comércio continuasse. Infelizmente, a unidade das cidades-estados do sul da Grécia não durou muito depois que a ameaça persa foi neutralizada, então a prosperidade ateniense foi prejudicada. No entanto, as “Corujas” continuaram a circular amplamente, com algumas interrupções devido à variação do fornecimento de prata.

Durante o período de 449 a 413 a.C. grandes quantidades de tetradracmas foram cunhadas para financiar grandiosos projetos de construção como o Parthenon e para cobrir os custos da Guerra do Peloponeso.

E no início do século II a.C., o estilo do famoso tetradracma foi “modernizado” – mas, a essa altura, ele não ocupava mais a posição proeminente de uma moeda comercial. Ele havia sido amplamente suplantado pelo vasto suprimento de moedas comerciais de Alexandre, o Grande, e seus sucessores. O último dos tetradracmas atenienses desapareceu de cena no final do século I a.C., bem depois de Atenas ter se tornado vassalo da República Romana.